Notícias – Bruno Roma

Bruno Roma

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16° Congresso SOBECC

Nos dias 7 a 10 de novembro, tive a oportunidade de participar do 16º Congresso da @SOBECC em São Paulo, uma experiência enriquecedora. O evento destacou-se pela qualidade do conteúdo apresentado, especialmente relevante para os profissionais de Engenharia Clínica. Recomendo vivamente a participação de mais colegas dessa área nos futuros eventos da SOBECC. No dia 7/11, tive a honra de moderar a palestra do Engenheiro José Ricardo, Gerente Executivo da Beneficência Portuguesa de São Paulo. O tema abordado foi intrigante: “Necessidades estruturais na implantação de um programa robótico. Sinal de Alerta: Como as engenharias podem auxiliar neste processo?” A apresentação destacou a complexidade envolvida na implementação de programas robóticos e ressaltou a importância da participação ativa e, muitas vezes, da liderança da engenharia nesse processo. No dia 9/11, apresentei a palestra “Engenharia Clínica, um olhar além dos parafusos”. Nesse momento, tracei um panorama histórico da Engenharia Clínica para contextualizar sua evolução atual. Destaquei a necessidade de enxergar a EC não apenas como um setor de suporte ao Bloco Cirúrgico, mas como uma equipe integrada aos processos, participando ativamente dos planejamentos, com profissionais dedicados e comprometidos com os resultados. Mais do que prestadores de serviços, somos parte fundamental do cenário hospitalar. Ao final da palestra, explorei algumas perspectivas para o futuro da Engenharia Clínica. Como será o serviço daqui a 10, 20 e 30 anos? Certamente, enfrentaremos mudanças significativas, com maior diversidade de equipamentos, complexidade de gerenciamento ampliada, e uma presença mais marcante de robôs e inteligência artificial. Quem sabe teremos até enfermeiros e engenheiros robôs desempenhando funções essenciais. É imperativo estarmos atentos a essas transformações e mantermos nossos estudos atualizados para abraçar as inovações que se aproximam.

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Hospitalar 2023

Nesse ano teremos uma das maiores feiras de saúde do mundo nos dias 23, 24, 25 e 26 de maio, que vai acontecer no São Paulo Expo, um grande centro de exposições localizado na região sul da cidade de São Paulo. Para este ano a ABEClin organizou o Seminário Latino-Americano de Engenharia Clínica, com o objetivo de reunir os principais representantes da Engenharia Clínica da América Latina para discutir quais conhecimentos o mercado está exigindo desses profissionais em cada região. Acreditamos que será possível verificar tendências e diferenças nos pontos de vista, e que ao final, teremos um panorama atual do profssional de Engenharia Clínica necessário para promover serviços de excelência. O Seminário será presencial e gratuito, não há inscrição, a participação será por ordem de chegada, então, chegue cedo! Palestras nos dias 23 e 24 de maio das 14h as 19h. Confira os horários das palestras:

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NASA’s Hubble Finds Universe Is Expanding Faster Than Expected

Destaque-se profissionalmente usando inteligência artificial (IA)

Diversas ferramentas de IA estão em desenvolvimento, o ChatGPT é uma dessas ferramentas que tem ganhado destaque ultimamente, principalmente por facilitar a interação com humanos e por estar acessível aos usuários. No último vídeo que fiz sobre o assunto, mostrei que a IA pode responder de forma imprecisa em alguns momentos, mas isso não faz essa tecnologia menos relevante. Por conta das imprecisões, é preciso usar as IAs com cuidado. No entanto é possível utilizar ferramentas de IA para destacar-se como profissional. Neste artigo trago 3 situações que podem te ajudar no dia-a-dia profissional. Gerar ideias Você pode pedir para IA gerar ideias sobre qualquer assunto. Isso pode te ajudar em um relatório, em uma reunião de brainstorm. Por exemplo, em um relatório em que você irá escrever sobre o exame de mamografia, você pode pedir para o ChatGPT falar sobre a importância do exame de mamografia, o ChatGPT responderia: Importância da mamografia. Bruno Roma: Qual a importância do exame de mamografia? ChatGPT: A mamografia é um exame de diagnóstico por imagem que utiliza raios-X para detectar possíveis anomalias nas mamas, como nódulos ou calcificações. A importância deste exame está relacionada à possibilidade de detectar precocemente o câncer de mama, o que aumenta as chances de cura e diminui a necessidade de tratamentos mais invasivos. A detecção precoce do câncer de mama é fundamental para o sucesso do tratamento, já que em estágios iniciais a doença é geralmente assintomática e os nódulos são pequenos e não palpáveis. Além disso, a mamografia pode detectar outras condições, como cistos e lesões benignas, que também podem necessitar de acompanhamento ou tratamento. As recomendações para realização do exame de mamografia variam de acordo com a idade e o histórico de cada mulher, mas em geral, a partir dos 40 anos, a mamografia deve ser feita anualmente. É importante lembrar que a mamografia não é um exame infalível e pode apresentar resultados falso-positivos ou falso-negativos, por isso, é fundamental que as mulheres realizem também o autoexame das mamas e consultem um médico em caso de qualquer alteração ou sintoma. ChatGPT O texto gerado pela IA é uma inspiração, ou em alguns casos, serve como um auxiliar. Como usar ferramentas em softwares O ChatGPT é uma ótima ferramenta para te ajudar com fórmulas no Excel ou até mesmo escrever um script inteiro para usar no Google Sheets ou Google Docs. No vídeo abaixo o autor tem uma lista de contatos e um modelo de convite para enviar aos contatos. Ele pede para o ChatGPT criar um script para enviar os convites personalizados por e-mail, preenchidos com os dados da planilha, como anexo em formado PDF. O resultado é fantástico, segue o vídeo: Use diretamente no Google Docs e Google Sheets A maneira mais fácil de integrar o uso do ChatGPT no dia-a-dia é incluir um complemento no Google Docs e Sheets. Dessa forma é possível escrever o documento, ao mesmo tempo você pode interagir com a ferramenta, e o resultado sair diretamente do documento que está sendo escrito. Um ótimo atalho. Segue um vídeo mostrando como fazer a instalação do complemento e a ativação da API Key.

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Líder tóxico vs Líder humano

A partir do momento que temos uma equipe para liderar, precisamos escolher a forma como queremos liderá-los. A forma pode depender de alguns fatores externos como os tipos de pessoas, ambiente da empresa, complexidade do trabalho, estratégia, entre outros. No entanto, a escolha pela liderança tóxica ou humana depende dos fatores internos do líder. Muitos líderes não racionalizam a forma como tratam as pessoas. Esse líder que não racionaliza suas atitudes, tende a ser um líder tóxico, por vezes sem perceber que está sendo tóxico com sua equipe. Será que você está sendo tóxico com a sua equipe? Veja algumas atitudes de líderes tóxicos: Essas são apenas algumas das principais atitudes que podem caracterizar líderes tóxicos. É importante lembrar que essas atitudes não são exclusivas dos líderes e podem ser encontradas em qualquer pessoa em uma posição de poder ou influência. O líder humano nasce da consciência de não querer reproduzir tais atitudes. Recomendo a leitura do livro Seja Líder como o Mundo Precisa, de João Paulo Pacifico, disponível na Amazon https://amzn.to/48mxAHf

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Artigo Premiado “Desigualdades sociais em Engenharia Clínica em tempos de pandemia da COVID-19”

Em outubro de 2021 tive a honra de ter meu artigo “Desigualdades sociais em Engenharia Clínica em tempos de pandemia da COVID-19”, premiado no “I Congresso da Academia de Engenharia Clínica e Avaliação de Tecnologias em Saúde” – CECATS 2021 Neste artigo foi evidenciada que pessoas com origens sociais menos favorecidas, pessoas pretas e mulheres tem maiores dificuldades profissionais em Engenharia Clínica. Reforçando a ideia de que precisamos aumentar ações afirmativas para melhorar as condições profissionais dessas pessoas. Segue abaixo o artigo para consulta ou download. Prêmio:

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‘Revogaço’ inclui revogação do piso salarial de Engenheiros

Atualização em 03 de janeiro de 2024: Decisão parlamentar mantem o piso salarial da engenharia Mantido o Piso Salarial: – A Medida Provisória nº 1040 de 2021 não passou em nova votação da Câmara dos Deputados, resultando na manutenção do piso salarial de engenheiro, arquiteto, veterinário, agrônomo e químico.– Recente decisão do STF confirmou que não há vinculação do aumento do salário mínimo com o reajuste do salário dessas categorias, pois não pode ser utilizado como índice de indexação. Tramitação e Decisão: – A MP 1040/21 foi aprovada com emendas e transformada na Lei 14.195 de 2021, mantendo o piso salarial das categorias mencionadas.– O Senado Federal impugnou a emenda que revogou o piso salarial, mas após acordo entre os parlamentares, a versão do Senado foi mantida. Piso Salarial e Regulamentação: – O piso salarial é regulado pela Lei 4.950-A de 1966, considerando o salário mínimo como base de cálculo e a jornada de trabalho diário de 6 horas.– Para o cálculo de hora extra e trabalho noturno, são especificados os acréscimos e bases de remuneração.– O piso salarial é válido para todo o território nacional e qualquer fonte pagadora. Aumento de Salário Mínimo e Reajuste: – Embora o salário mínimo seja base de cálculo para o pagamento do piso salarial, não há vinculação para o reajuste do salário dessas categorias, confirmado pelo STF em fevereiro de 2022, nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 53, 149 e 171 em ações ajuizadas pelos governos do Piauí, Pará e Maranhão. Fonte: https://oliveiraedansiguer.adv.br/mantido-o-piso-salarial-engenheiro-arquiteto-veterinario-agronomo-e-quimico/ Artigo publicado em 19 de julho de 2021: Na manhã desta segunda-feira, 19 de julho de 2021, o Estadão noticiou: ‘Revogaço’ de piso salarial na Câmara gera resistência de entidades de classe. A notícia traz a revogação da lei nº 4.950 de 1966 no texto da Medida Provisória nº 1.040. A MP 1.040/2021 tem o seguinte objetivo: Medidas de desburocratização para aumento de competitividade e modernização do ambiente de negócios no país. No entanto o deputado federal Alexis Fonteyne (NOVO/SP) aproveitou o tema de desburocratização e aumento da competitividade para tentar derrubar a lei nº 4.950 de 1966 que cria o CONFEA e CREAs e define o piso do Engenheiro, além de outras profissões. Esta tentativa é contra o entendimento do Supremo Tribunal Federal que não permite que assuntos alheios ao objetivo do projeto sejam incluídos no texto. Por conta disso, diversos Senadores encaminharam emendas, de forma a suprimir os artigos que tratam da revogação do piso salarial e da revogação de ART para serviços de eletricidade. Por que devemos defender o piso salarial dos Engenheiros e de qualquer categoria? Uma das funções do Estado é garantir equilíbrio de forças entre empresas e empregados, que por meio de leis definem como deve ser esta relação. Uma vez que o poder das empresas é superior ao dos empregados, é necessário criar regras que garantam o mínimo de equilíbrio nesta relação. Em um ambiente como o atual, em que há diversos engenheiros buscando trabalho devido à crise econômica brasileira que se arrasta por anos, é comum ver empresas ou editais de concurso público recrutando engenheiros com salários de R$ 2.000,00 ou R$ 3.000,00. Este valor de remuneração está muito inferior aos 6 salários mínimos para jornada de trabalho de 6 horas diárias, como prevê a lei nº 4.950/1966. Qualquer categoria que não tenha um piso regulamentado, corre o risco de ter seus salários reduzidos pelo falso discurso de falta de recursos no mercado. Na prática, em um cenário sem regulamentação, quanto mais pessoas desempregadas, maior será o poder do contratante para pressionar os salários para baixo. Como a famosa mão invisível de Adam Smith, em que o mercado ajusta o preço às demandas. O problema não é a livre concorrência, mas o desequilíbrio de força entre empresa e empregado. A classe de engenharia perde força em um ambiente desregulado, que por sua vez causa desinteresse na população para ocupar estes cargos. Consequentemente teremos uma sociedade menos especializada tecnicamente para trabalhos de engenharia, agregando menor valor para os serviços de engenharia brasileiros, o que pode causar estagnação tecnológica, e alta dependência de mão-de-obra estrangeira mais valorizada. E por que os Engenheiros devem ser bem remunerados? A primeira resposta é pela Responsabilidade Técnica. Engenheiros estudam o básico na graduação, e continuam estudando ao longo te toda a carreira para se atualizarem sobre as normas, leis, regulamentos e resoluções vigentes no país, pois sob seu trabalho está vinculada uma Responsabilidade Técnica que, em muitos casos, perdurará por muitos anos. Para isso, o trabalho desse profissional precisa estar de acordo com as normas de segurança e eficácia da legislação vigente. Em segundo lugar está a Complexidade. Os profissionais de engenharia geralmente estão vinculados a projetos, desenvolvimento de produtos, obras, laudos, controle de qualidade, manutenção, instalação, equipamentos complexos, infraestrutura, reformas, gerenciamentos de sistemas e equipes. Além da responsabilidade técnica, temos diversos procedimentos e atividades complexas a serem desempenhadas. Congresso Nacional Visitei a página do Congresso Nacional a fim de analisar melhor o projeto da MP 1.040 e analisar os políticos contra e a favor do piso dos Engenheiros. Segue Políticos contrários ao piso salarial dos Engenheiros Você engenheiro(a), pense 2 vezes antes de votar nos candidatos do Partido NOVO nas próximas eleições. Políticos a favor do piso salarial dos Engenheiros Podem haver outros políticos que apoiam o piso mas não estão relacionados neste artigo.

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Resumo da semana 28

Atualização no Marco Regulatório da Radiologia No dia 27 de maio de 2021 foram publicadas 8 Instruções Normativas de 90 a 97, que complementam a RDC Nº 330/2019, com as instruções específicas para as tecnologias radiológicas. Essas instruções revogaram as instruções anteriores que estavam vigentes. Para acessar as INs vigentes acesse a página do Marco Regulatório da Radiologia

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Perguntas e respostas da semana 27

Tenho recebido perguntas de colegas aqui no site sobre assuntos publicados nos artigos. Resolvi reunir aqui as perguntas e respostas. Perguntas Boa tarde Bruno, quem está legalmente habilitado para executar os testes no ultrassom? Adeilton Resposta: Conforme a lei 13.691/2018 que dispõe sobre o exercício profissional dos Físicos, em seu artigo 2º São atribuições do físico, sem prejuízo de outras profissões regulamentadas que se qualifiquem para tanto: II – aplicar princípios, conceitos e métodos da Física em atividades específicas envolvendo radiação ionizante e não ionizante, estudos ambientais, análise de sistemas ecológicos e estudos na área financeira; Conforme acima, é recomendável que o profissional que teste os conceitos físicos nos ultrassons seja um físico especialista em física médica ou física de radiodiagnóstico.Continuando a dúvida, é possível perguntar oficialmente para a vigilância sanitária local. “Gostaria de saber com a nova resolução, em quanto, em quanto tempo se deve fazer o levantamento radiométrico e teste de constância e desempenho do mamógrafo.” Angela Resposta: Para o mamógrafo deve-se fazer pelo menos 3 testes: Levantamento radiométrico e teste de fuga a cada 4 anos, ou se houver mudanças no tubo, mudanças na quantidade de exames, entre outros motivos conforme a RDC 330/20192. Controle de qualidade: a cada 12 meses ou se houver algum motivo conforme a RDC 330/2019. Controle de qualidade de imagem: 1 vez por mês no mínimo, conforme RDC 330/2019. “A quem compete notificar reações adversas a doação e a transfusão?Obrigada” Rejfernandes… Resposta: Nas RDCs não há definição de quem deve notificar reações adversas, o recomendado é que se é um problema envolvendo medicamentos, que o farmacêutico notifique. Se for um problema de equipamento, que a área de engenharia clínica, se é um problema envolvendo dispositivos instalados pela assistência, se seja a assistência que notifique. Sempre quem tiver mais qualificação para notificar.

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mountain range and body of water

Crimes, mentiras e infrações sanitárias em falta de energia em hospital no Rio de Janeiro

No último sábado 24 de abril de 2021 o G1 noticiou falta de energia no Hospital Pedro II no Rio de Janeiro de cerca de três horas. Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/04/24/hospital-pedro-ii-sofre-blecaute.ghtml A notícia é terrível, mas piora muito quando se assiste ao vídeo da apuração da reportagem feita ao vivo. Por isso resolvi dar a minha opinião sobre esse evento criminoso, com o objetivo de desnudar os fatos que foram maquiados pelos principais responsáveis pela segurança deste hospital, e expor a situação que aflige muitos hospitais pelo Brasil. Em primeiro lugar eu gostaria de saber onde está o Responsável Técnico pela manutenção elétrica deste hospital? Se a ocorrência é de ordem elétrica, esperamos que o Responsável Técnico pela parte elétrica do hospital traga as informações, juntamente com o diretor do hospital. Ao invés disso, os que se propuseram a falar trouxeram informações mentirosas e desencontradas. O que o responsável técnico pela manutenção elétrica fez para garantir o abastecimento elétrico para o hospital? O que o diretor do hospital (representante legal) fez para garantia as condições elétricas previstas para o hospital? Há documentos que comprovem ações preventivas adequadas? Há treinamentos para que a equipe de manutenção esteja preparada para estes momentos de falha grave? Qual a atenção dada para a manutenção elétrica deste hospital? Crimes Um hospital que fica três ou quatro horas sem energia provavelmente cometeu pelo menos um desses crimes: lesão corporal, tentativa de homicídio, ou mesmo homicídio. É duro dizer isso, mas precisamos ser realistas. Este evento causou perigo a vida dos pacientes internados. Isso configura lesão corporal grave, podendo causar a morte de pacientes mais graves, principalmente daqueles que precisam de suporte à vida com ventiladores ou drogas. No vídeo há relato de uma senhora dizendo que seu parente estava em uma seção de hemodiálise quando a energia acabou. Haviam outros pacientes intubados. Há ainda a possibilidade de haver pacientes passando por cirurgias no momento da falha de energia. Todas essas situações são gravíssimas e podem resultar em morte. Mentiras “Houve um pico de energia” A primeira grande mentira que foi dita é que “houve um pico de energia”. Por mais que se queira apresentar um vocabulário mais simples para entendimento geral, o termo “pico de energia” passa uma ideia de algo pequeno, simples, quando na verdade foi uma falha grave de abastecimento de energia que deixou o hospital sem eletricidade por cerca de três horas. Poderíamos então terceirizar o problema e colocar toda a culpa na Light, que na mesma hora informou que o abastecimento por parte dela estava normalizada, retornando o problema para as instalações elétricas do hospital. “Os equipamentos possuem baterias para funcionamento de 6 a 12 horas” Na verdade não temos monitores multipâmetros ou ventiladores mecânicos que funcionem com essa autonomia de 6 a 12 horas, a grande maioria vai funcionar entre 15 e 60 minutos. Aqui já começamos a sentir o desespero da equipe médico-assistencial. “O hospital possuí sistema de nobreak para funcionar até 24h” Essa é outra grande mentira. Eu gostaria de saber qual hospital no Brasil tem um sistema de nobreak para fornecer energia para os equipamentos por até 24h? Ainda mais um hospital que nem iluminação de emergência não tem, como requer a norma 13543 da ABNT. “A falha foi entre a torre de energia, o gerador e o hospital” Essa é mais uma afirmação para enfeitar o pavão. O sistema é relativamente simples, como exemplificado abaixo, as instalações elétricas da concessionária (distribuição primária) e as instalações do do Grupo Gerador se encontram no conjunto de chaves, que pode variar conforme o projeto elétrico do hospital. Comecei a pensar, se a energia foi restabelecida, por que será que não informaram qual foi o problema que causou o apagão no hospital? Fonte da imagem: https://ensinandoeletrica.blogspot.com/2015/06/como-instalar-geradores.html Este tipo de problema de falta de abastecimento de energia no hospital pode ter como causa uma infinidade de fatores, os mais comuns são: Falha no sistema de comutação automática de carga. Essa falha pode ser do sistema automático, mas também pode ser falha do operador ter deixado o sistema em modo manual, ao invés de automático. Falha na partida do grupo gerador. Quando há falhas na partida do grupo gerador a equipe de manutenção precisa analisar rapidamente o problema e iniciar o procedimento manual de partida e comutação da carga. Falha na cabine primária ou transformador. Algumas chaves podem falhar, danificar-se, fusíveis podem abrir. Em uma análise de riscos das instalações elétricas, é preciso mapear este risco de falha de abastecimento e manter a equipe muito bem treinada. Se houver equipe terceirizada para apoio em contingencias, ela deve ser acionada rapidamente. Infrações Sanitárias A falta de energia em locais críticos por mais de 15 segundos configura infração à RDC Nº 50/2002 e é infração sanitária. Há de se apurar ainda se houve omissão da garantia de conformidade com as instalações elétricas do hospital, como solicita a RDC Nº 63/2011. Ainda vivemos um momento sombrio quando falamos de fiscalização em instalações elétricas em hospitais, pois não há: Fiscalização adequada da vigilância sanitária para fazer valer o que está na RDC Nº 50/2002 sobre instalações elétricas Fiscalização da atividade profissional por parte dos conselhos de classe de Engenharia e Técnicos Fiscalização do Ministério do Trabalho para fazer valer as Normas Regulamentadoras NRs, principalmente neste caso a NR10. “Precisamos de mais investimentos para que isso não volte a acontecer” Investimento é importante, mas ter um responsável técnico e uma equipe preparada, treinada, que conhece os riscos e que prepare bons planos de manutenção e de contingência, isso sim é o melhor investimento. Ter um responsável técnico e uma equipe preparada, treinada, que conhece os riscos e que prepare bons planos de manutenção e de contingência, isso sim é o melhor investimento. Bruno Roma, Engenheiro Eletricista Referências: NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE NBR ABNT 5410 / 13534 – INSTALAÇÕES ELÉTRICA EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE RDC Nº 50/2002 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de

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Com o início da vacinação, aparecem os problemas de gestão

No dia 17 de janeiro de 2021 a primeira brasileira foi vacinada em São Paulo, algumas horas após a aprovação emergencial da Coronavac pela ANVISA. Apenas 11 dias depois da primeira vacinação, foi noticiado que um hospital do Rio de Janeiro pode ter perdido 720 vacinas devido à falta de energia elétrica. Preparei um vídeo e um podcast deste conteúdo que pode ser acessado abaixo: A notícia de Renato Santino no OlharDigital é do dia 28 de janeiro e mostra a ponta de um iceberg muito mais profundo: A falta de gestão em instalações elétricas em instituições de saúde está destruindo o sistema de saúde no Brasil. Bruno Roma Hospitais precisam de energia elétrica para diversos processos críticos, dentre eles o funcionamento de ventiladores pulmonares, refrigeradores de vacinas, até complexos sistemas cirúrgicos como robôs ou sistemas de cirurgia de vídeo. Para atender toda essa complexidade é necessário priorizar o gerenciamento das instalações elétricas, de forma a garantir um sistema confiável e a prova de falhas. Se olharmos para os nossos amigos da manutenção aeronáutica, entenderemos por que as revisões sistemáticas e dispositivos trabalhando em paralelo são tão importantes. Mas talvez mais importante do que isso, seja a capacidade de inovarem a segurança aeronáutica a cada acidente que acontece. Quando ocorre um acidente aeronáutico, as autoridades competentes investigam as causas, identificam as principais e sugerem mudanças nas legislações, mudanças em projetos e mudanças na operação de aeronaves. Essas mudanças alguns objetivos principais: que o mesmo erro não aconteça novamente, e que a aviação aeronáutica seja cada vez mais segura. Não é isso que temos visto nas instituições de saúde O que temos visto na saúde é uma mistura de negligência das autoridades que deveriam fiscalizar, legislar, exigir instalações elétricas mais confiáveis em hospitais, junte a isso a falta de prioridade de gestores hospitalares quando o assunto é instalações elétricas. Um dos resultados dessa negligência é a falta de energia para refrigeradores de vacina, outros resultados são incêndios em hospitais, eventos adversos em pacientes durante procedimentos dentro dos hospitais. O que diz a RDC Nº 50 de 2002? O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a COVID-19 cita o atendimento da RDC Nº50/2002, que por sua vez cita a norma ABNT NBR 13.534 de instalações elétricas em instituições de saúde. A RDC Nº 50/2002 descreve os conceitos de classe e grupo descritos na ABNT NBR 13.534 dizendo quais ambientes são mais críticos e como deve ser o fornecimento de energia elétrica de emergência. No item 1.1 Sala de Imunização da RDC Nº50/2002 não contempla energia de emergência. Já o ambiente da farmácia, como previsto no item 5.2.2 a área de armazenagem e controle é onde devem ficar armazenados os termolábeis, imunobiológicos, materiais refrigerados, entre outros. Neste ambiente é exigido o atendimento de energia elétrica de emergência. Será preciso garantir a estabilidade da rede elétrica nesses milhares de salas de vacinação em todo o país. Tiago Rocca A frase acima foi dita por Tiago Rocca, gerente de parcerias estratégicas e novos negócios do Instituto Butantan, durante o seminário Facing the challenges on vaccine distribution, realizado no dia 14 de dezembro no âmbito da série FAPESP COVID-19 Research Webinars (1). Conclusão Quando o assunto é segurança em hospitais, precisamos ser mais incisivos, exigindo das autoridades ações que garantam a segurança, não podemos ficar só no discurso. Precisamos de mais Engenheiros(as) cuidando dos nossos hospitais, provavelmente essa conquista será pelo meio legislativo. Precisamos exigir das autoridades e gestores hospitalares o cumprimento das obrigações de segurança elétrica, inclusive denunciando para autoridades sanitárias as não conformidades. O investimento em profissionais de Engenharia se paga anualmente pelo trabalho e pelas reduções de desperdícios que estes profissionais podem proporcionar. Bruno roma Gostou desse conteúdo? Compartilhe nas suas redes sociais e assine a lista de e-mails. (1) Gerenciar cadeia de suprimentos é um dos desafios na distribuição de vacina. Acessado em 31/01/2021. Site: https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/gerenciar-cadeia-de-suprimentos-e-um-dos-desafios-na-distribuicao-de-vacina/

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