Artigo #1 da série: Ministério da Saúde – Mapeamento e Diagnóstico da Gestão de Equipamentos Médico-Assistenciais – Bruno Roma

Bruno Roma

Artigo #1 da série: Ministério da Saúde – Mapeamento e Diagnóstico da Gestão de Equipamentos Médico-Assistenciais

“A obra intitulada “Mapeamento e Diagnóstico da Gestão de Equipamentos Médico-Assistenciais nas Regiões de Atenção à Saúde do Projeto QualiSUS Rede” é parte do projeto QualiSUS-Rede, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Banco Mundial, com objetivo de qualificar os serviços de saúde em regiões selecionadas do Brasil.
 
O mapeamento e diagnóstico de equipamentos médico-assistenciais nas 15 regiões selecionadas pelo QualiSUS-Rede, resultado de uma pesquisa em 131 EAS, insere-se no objetivo de aperfeiçoar a gestão do SUS ao levantar o perfil do profissional que atua com os equipamentos médico-assistenciais e outros dados e informações importantes para exame e decisão dos gestores de saúde nas três esferas de governo.”
 
A obra é leitura essencial para administradores de EAS e gestores de tecnologias em saúde. O estudo traz ainda referências de diversos documentos e estudos, como RDCs e pesquisas acadêmicas.
 
Os tópicos abordados no estudo são:
  • Gerenciamento da manutenção de Equipamentos Médico-Assistenciais (EMA)
  • O uso de indicadores no gerenciamento da manutenção de EMA 
  • O perfil do gestor de manutenção de EMA 
  • Educação permanente no manuseio e manutenção de EMA 
  • Gestão de resíduos de serviços de saúde 
  • Metrologia em saúde 
  • Avaliação de tecnologias em saúde 
  • Tecnovigilância 
  • Acreditação hospitalar
Neste primeiro artigo será feita a contextualização e a introdução de conceitos importantes, e na segunda parte serão comentados os itens acima abordados no estudo.
 
1. Contexto
 
“A gestão de equipamentos médico-assistenciais (EMA) nos Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde (EAS) é tarefa fundamental e necessária para o adequado funcionamento de todos os
serviços de saúde.”
 
Participaram desta pesquisa 131 EAS, e conseguiu-se apontar como se encontra a gestão dos EAS e o perfil dos profissionais que atuam com equipamentos médico-assistenciais.
 
2. Introdução
 
“Segundo Wang (2003), estudos conduzidos pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial
de Saúde demonstram que nos países em desenvolvimento cerca de 25 a 50% do parque de
equipamentos médico-assistenciais são subutilizados ou mesmo não utilizados.”
 
Ainda de acordo com estes estudos, vários são os motivos identificados, tais como:
  • a infraestrutura inadequada para instalação e operação dos equipamentos;
  • a ausência de treinamento para gestão de novas tecnologias;
  • os técnicos e operadores com treinamento insuficiente;
  • os equipamentos obsoletos e inseguros para o operador, para o paciente e para o ambiente;
  • dificuldade de aquisição de peças sobressalentes e material de reposição.
 
2.1 Gestão de Tecnologias em Saúde
 
A oferta de assistência à saúde pelo SUS está diretamente dependente de 3 componentes:
  • Tecnologias em saúde;
  • Recursos humanos;
  • Gestão dos processos de trabalho
ou seja, não há assistência à saúde sem que esses 3 componentes estejam bem estruturados. 
 
“Assim, a tecnologia em saúde deixa de ser um artefato adjuvante nesse processo, sendo agora uma ferramenta compulsória para o alcance de uma eficiente assistência ao cuidado do paciente.”
 
Sabemos que tecnologias em saúde abrangem diversos recursos, mas o estudo em análise tem como tecnologia alvo os equipamentos médico-assistenciais, visto que representam um dos maiores orçamentos da saúde.
 
“Muitos EAS estão frente a um grande desafio, que se trata de estabelecer um programa de gestão de tecnologias em saúde, em especial os EMA, conforme se pode observar na RDC nº 02 de 2010 (ANVISA, 2010), que embora seja uma recomendação recente, possui uma importância muito grande para os serviços de saúde.”
 
Percebe-se então que os impactos na qualidade da assistência médica estão fortemente influenciados pelo bom funcionamento dos EMA. Esses aspectos aliados aos custos de aquisição e de manutenção dos produtos possibilitam refletir a gestão de EMA com o mesmo grau de relevância da gestão de outros recursos considerados nobres, como a gestão de medicamentos ou de pessoal (ANTUNES et al., 2002).
 
O conhecimento da importância de um EMA para um determinado serviço, o que ele representa para o Hospital ou mesmo para a região de saúde onde o EAS se insere é crucial no planejamento estratégico de manutenção, possibilitando medidas preventivas importantes e ações prioritárias para cada tecnologia alvo. Para tanto, é importante também conhecer o histórico de manutenção dos EMA e, por isso, adotam-se com muita frequência as Ordens de Serviço eletrônicas (OS) que possibilitam então o pormenorizado acompanhamento de cada EMA que foi enviado para manutenção.
 
Este estudo foi desenvolvido em 2014, com o objetivo de mapear e diagnosticar a gestão de equipamentos médico-assistências em EAS vinculados ao SUS, e ainda fomentar a capacitação de equipes para monitoramento permanente das condições de funcionamento e segurança dos equipamentos mais críticos.
 
3. Materiais e Métodos
 
Foi elaborada uma ferramenta de coleta de dados com 392 questões relativas à infraestrutura e ao processo de gestão de EMA, na forma de um questionário estruturado, e aplicá-lo junto aos profissionais responsáveis pela manutenção do parque de equipamentos constantes nos EAS selecionados.
 
A continuação do resumo e comentários do estudo será publicado na próxima segunda-feira, 19 de setembro de 2016.
 
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