Artigos – Página: 3 – Bruno Roma

Gestão de Hélio Líquido em Ressonância Magnética

A ressonância magnĂ©tica Ă© uma tecnologia amplamente utilizada na área da saĂşde, proporcionando imagens detalhadas do corpo humano e auxiliando no diagnĂłstico de diversas condições mĂ©dicas. No entanto, para que os equipamentos de ressonância magnĂ©tica funcionem corretamente, Ă© necessário utilizar um sistema criogĂŞnico que envolve o uso do hĂ©lio lĂ­quido. Neste artigo, abordaremos a importância da gestĂŁo adequada do hĂ©lio lĂ­quido em ressonância magnĂ©tica. Exploraremos as razões pelas quais o hĂ©lio lĂ­quido Ă© necessário nesse processo, bem como os desafios associados ao seu uso e manutenção. Compreender a gestĂŁo do hĂ©lio lĂ­quido Ă© crucial para os gestores e profissionais responsáveis pelo funcionamento e manutenção desses equipamentos. Vamos discutir as perdas esperadas de hĂ©lio lĂ­quido, as consequĂŞncias de uma quantidade insuficiente desse gás, os custos envolvidos no reabastecimento e as melhores práticas para monitorar e controlar o nĂ­vel de hĂ©lio lĂ­quido nas ressonâncias magnĂ©ticas. Portanto, continue lendo este artigo para aprender mais sobre a gestĂŁo de hĂ©lio lĂ­quido em ressonância magnĂ©tica e descobrir como garantir o funcionamento adequado e eficiente desses equipamentos essenciais para a área da saĂşde. VisĂŁo geral do sistema criogĂŞnico de equipamentos de ressonância magnĂ©tica Antes de falar sobre o sistema criogĂŞnico da ressonância magnĂ©tica, nĂłs precisamos entender porque o sistema criogĂŞnico está presente. Os equipamentos de ressonância magnĂ©tica precisam da interação de campo magnĂ©tico com ondas de rádio frequĂŞncia para gerar imagens. Esses campos magnĂ©ticos variam de 0,2 Tesla a 3,0 Tesla, normalmente. Para atingir campos magnĂ©ticos fortes, acima de 0,5 T sĂŁo necessárias bobinas que geram campo magnĂ©tico a partir da passagem de corrente elĂ©trica. Quanto maior o campo magnĂ©tico, maior a corrente elĂ©trica.  Contudo, para atingir campos magnĂ©ticos fortes o suficiente Ă© necessário utilizar bobinas supercondutoras, geralmente fabricadas com liga de niĂłbio-titânio. Para que o niĂłbio-titânio atinja o estado de supercondutor Ă© necessário resfriá-lo a baixĂ­ssima temperatura de 9,2 Kelvin (-263,95 °C), quase zero absoluto. Para atingir essa temperatura, o pesquisador Heike Kamerlingh Onnes, em 1908, precisou liquefazer o gás hĂ©lio, cuja temperatura de liquefação Ă© de 4K, sendo o primeiro na histĂłria a conseguir esse feito. Onnes tambĂ©m foi o primeiro pesquisador a observar a supercondutividade em 1911. Por essas faças, Onnes recebeu o PrĂŞmio Nobel de FĂ­sica em 1913, possibilitando o inĂ­cio dos estudos sobre a supercondutividade. Criação de um material supercondutor  Para resfriar o niĂłbio-titânio a temperatura de 9,2K e torná-lo um supercondutor, Ă© necessário banhá-lo em hĂ©lio lĂ­quido. O hĂ©lio lĂ­quido, por sua vez, precisa estar isolado da temperatura ambiente para que permaneça na fase lĂ­quida, caso contrário o processo de gaseificação transformará todo hĂ©lio lĂ­quido em gasoso. Para isso, existe nos equipamentos de ressonância magnĂ©tica isolamento tĂ©rmico para minimizar a troca de calor com o hĂ©lio lĂ­quido e o ambiente. Mesmo com o isolamento tĂ©rmico, o hĂ©lio lĂ­quido sofrerá gaseificação.  Para controlar a gaseificação, o sistema criogĂŞnico dos equipamentos de ressonância magnĂ©tica sĂŁo compostos por uma coldhead, um compressor da coldhead que tĂŞm a função de liquefazer o hĂ©lio gasoso de volta para a fase lĂ­quida, e um chiller para resfriamento do compressor. O processo criogĂŞnico geralmente utilizado Ă© o Gifford-McMahon, caracterizado pelo barulho de um pistĂŁo se movimentando com frequĂŞncia aproximada de 60Hz. Sistemas boil-off e tradicional Atualmente há duas tecnologias mais comuns em equipamentos de RM, a tecnologia de boil-off, em que nĂŁo há perdas de hĂ©lio lĂ­quido no sistema criogĂŞnico. Esta tecnologia Ă© mais recente e tambĂ©m mais cara. Já na tecnologia convencional de criogenia acontece alguma perda mĂ­nima de hĂ©lio lĂ­quido, que precisa ser acompanhada periodicamente, e eventualmente o hĂ©lio lĂ­quido precisa ser reabastecido. Este artigo vai tratar apenas da tecnologia convencional. Uma RM com sistema criogĂŞnico convencional possui um reservatĂłrio de 1200 a 2000 litros de hĂ©lio lĂ­quido, que varia conforme o fabricante e o campo magnĂ©tico. Há uma taxa de perda esperada de hĂ©lio lĂ­quido que Ă© informada pelo fabricante e deve ser acompanhada, bem como um nĂ­vel crĂ­tico de hĂ©lio lĂ­quido.  Caso um equipamento de RM atinja o nĂ­vel crĂ­tico de hĂ©lio lĂ­quido, poderá causar danos Ă s bobinas supercondutoras e consequentemente o quench do equipamento, que Ă© o rompimento do lacre de segurança do reservatĂłrio de hĂ©lio lĂ­quido, e consequente perda de praticamente todo seu conteĂşdo. Reabastecimento de hĂ©lio lĂ­quido no nĂ­vel crĂ­tico possui maior probabilidade de ocorrer quench. O reabastecimento de hĂ©lio lĂ­quido tem custo elevado. Para se ter uma ideia, o reabastecimento de 750 litros de hĂ©lio lĂ­quido pode ultrapassar R$ 100.000,00, a depender do fornecedor e taxa do dĂłlar, já que Ă© um produto dolarizado.  Diante dessas informações, Ă© possĂ­vel compreender que o monitoramento do nĂ­vel de hĂ©lio lĂ­quido da ressonância magnĂ©tica deve ser uma prioridade para o gestor dessa tecnologia, bem como dos demais componentes do sistema criogĂŞnico. No prĂłximo artigo trarei um exemplo de mĂ©todo de medição e acompanhamento do nĂ­vel de hĂ©lio em ressonâncias magnĂ©ticas.

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Artigo Premiado “Desigualdades sociais em Engenharia ClĂ­nica em tempos de pandemia da COVID-19”

Em outubro de 2021 tive a honra de ter meu artigo “Desigualdades sociais em Engenharia ClĂ­nica em tempos de pandemia da COVID-19”, premiado no “I Congresso da Academia de Engenharia ClĂ­nica e Avaliação de Tecnologias em SaĂşde” – CECATS 2021 Neste artigo foi evidenciada que pessoas com origens sociais menos favorecidas, pessoas pretas e mulheres tem maiores dificuldades profissionais em Engenharia ClĂ­nica. Reforçando a ideia de que precisamos aumentar ações afirmativas para melhorar as condições profissionais dessas pessoas. Segue abaixo o artigo para consulta ou download. PrĂŞmio:

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Resumo e comentários RDC Nº 611/2022

A RDC Nº 611/2022 revogou a RDC Nº 330/2019 que atualizou os requisitos sanitários para o funcionamento de serviços de diagnóstico por imagem. Em resumo, a RDC Nº 611/2022 trata de requisitos mínimos para o funcionamento de serviços de diagnóstico de imagem, incluindo gestão da equipe, infraestrutura, gestão de documentos, controle de qualidade dos equipamentos, controle de dose da equipe, Antes de estudar a nova resolução é importante compreender a estrutura do documento. Todo profissional que atua com equipamentos de imagem precisa ler e entender o conteúdo da RDC Nº 611/2022, de forma a garantir a segurança dos envolvidos e a confiabilidade dos exames. Além do conteúdo da RDC Nº 611/2022 é importante estudar o conteúdo das Instruções normativas de 90 a 97 de 2021 que tratarão dos requisitos para garantia da qualidade e segurança de equipamentos como mamografia, raio-x convencional, tomografia, ressonância magnética, ultrassom, raio-x odontológicos. Seguem outros artigos de estudo e comentário sobre a RDC nº 611/2022:

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Lidere como os grandes maestros

Todos nós exercemos o papel de liderança, seja no trabalho, em casa, na igreja, no grupo de amigos, vizinhança, família, entre muitos outros. No entanto, pouco falamos ou estudamos sobre liderança. Por isso, resolvi começar a compartilhar um pouco do conteúdo que tenho estudado sobre o assunto. A palestra de Itay Talgam é genial, pois transmite ensinamentos de liderança de uma forma suave, descontraída e inteligente. Espero que gostem!

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‘Revogaço’ inclui revogação do piso salarial de Engenheiros

Atualização em 03 de janeiro de 2024: DecisĂŁo parlamentar mantem o piso salarial da engenharia Mantido o Piso Salarial: – A Medida ProvisĂłria nÂş 1040 de 2021 nĂŁo passou em nova votação da Câmara dos Deputados, resultando na manutenção do piso salarial de engenheiro, arquiteto, veterinário, agrĂ´nomo e quĂ­mico.– Recente decisĂŁo do STF confirmou que nĂŁo há vinculação do aumento do salário mĂ­nimo com o reajuste do salário dessas categorias, pois nĂŁo pode ser utilizado como Ă­ndice de indexação. Tramitação e DecisĂŁo: – A MP 1040/21 foi aprovada com emendas e transformada na Lei 14.195 de 2021, mantendo o piso salarial das categorias mencionadas.– O Senado Federal impugnou a emenda que revogou o piso salarial, mas apĂłs acordo entre os parlamentares, a versĂŁo do Senado foi mantida. Piso Salarial e Regulamentação: – O piso salarial Ă© regulado pela Lei 4.950-A de 1966, considerando o salário mĂ­nimo como base de cálculo e a jornada de trabalho diário de 6 horas.– Para o cálculo de hora extra e trabalho noturno, sĂŁo especificados os acrĂ©scimos e bases de remuneração.– O piso salarial Ă© válido para todo o territĂłrio nacional e qualquer fonte pagadora. Aumento de Salário MĂ­nimo e Reajuste: – Embora o salário mĂ­nimo seja base de cálculo para o pagamento do piso salarial, nĂŁo há vinculação para o reajuste do salário dessas categorias, confirmado pelo STF em fevereiro de 2022, nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 53, 149 e 171 em ações ajuizadas pelos governos do PiauĂ­, Pará e MaranhĂŁo. Fonte: https://oliveiraedansiguer.adv.br/mantido-o-piso-salarial-engenheiro-arquiteto-veterinario-agronomo-e-quimico/ Artigo publicado em 19 de julho de 2021: Na manhĂŁ desta segunda-feira, 19 de julho de 2021, o EstadĂŁo noticiou: ‘Revogaço’ de piso salarial na Câmara gera resistĂŞncia de entidades de classe. A notĂ­cia traz a revogação da lei nÂş 4.950 de 1966 no texto da Medida ProvisĂłria nÂş 1.040. A MP 1.040/2021 tem o seguinte objetivo: Medidas de desburocratização para aumento de competitividade e modernização do ambiente de negĂłcios no paĂ­s. No entanto o deputado federal Alexis Fonteyne (NOVO/SP) aproveitou o tema de desburocratização e aumento da competitividade para tentar derrubar a lei nÂş 4.950 de 1966 que cria o CONFEA e CREAs e define o piso do Engenheiro, alĂ©m de outras profissões. Esta tentativa Ă© contra o entendimento do Supremo Tribunal Federal que nĂŁo permite que assuntos alheios ao objetivo do projeto sejam incluĂ­dos no texto. Por conta disso, diversos Senadores encaminharam emendas, de forma a suprimir os artigos que tratam da revogação do piso salarial e da revogação de ART para serviços de eletricidade. Por que devemos defender o piso salarial dos Engenheiros e de qualquer categoria? Uma das funções do Estado Ă© garantir equilĂ­brio de forças entre empresas e empregados, que por meio de leis definem como deve ser esta relação. Uma vez que o poder das empresas Ă© superior ao dos empregados, Ă© necessário criar regras que garantam o mĂ­nimo de equilĂ­brio nesta relação. Em um ambiente como o atual, em que há diversos engenheiros buscando trabalho devido Ă  crise econĂ´mica brasileira que se arrasta por anos, Ă© comum ver empresas ou editais de concurso pĂşblico recrutando engenheiros com salários de R$ 2.000,00 ou R$ 3.000,00. Este valor de remuneração está muito inferior aos 6 salários mĂ­nimos para jornada de trabalho de 6 horas diárias, como prevĂŞ a lei nÂş 4.950/1966. Qualquer categoria que nĂŁo tenha um piso regulamentado, corre o risco de ter seus salários reduzidos pelo falso discurso de falta de recursos no mercado. Na prática, em um cenário sem regulamentação, quanto mais pessoas desempregadas, maior será o poder do contratante para pressionar os salários para baixo. Como a famosa mĂŁo invisĂ­vel de Adam Smith, em que o mercado ajusta o preço Ă s demandas. O problema nĂŁo Ă© a livre concorrĂŞncia, mas o desequilĂ­brio de força entre empresa e empregado. A classe de engenharia perde força em um ambiente desregulado, que por sua vez causa desinteresse na população para ocupar estes cargos. Consequentemente teremos uma sociedade menos especializada tecnicamente para trabalhos de engenharia, agregando menor valor para os serviços de engenharia brasileiros, o que pode causar estagnação tecnolĂłgica, e alta dependĂŞncia de mĂŁo-de-obra estrangeira mais valorizada. E por que os Engenheiros devem ser bem remunerados? A primeira resposta Ă© pela Responsabilidade TĂ©cnica. Engenheiros estudam o básico na graduação, e continuam estudando ao longo te toda a carreira para se atualizarem sobre as normas, leis, regulamentos e resoluções vigentes no paĂ­s, pois sob seu trabalho está vinculada uma Responsabilidade TĂ©cnica que, em muitos casos, perdurará por muitos anos. Para isso, o trabalho desse profissional precisa estar de acordo com as normas de segurança e eficácia da legislação vigente. Em segundo lugar está a Complexidade. Os profissionais de engenharia geralmente estĂŁo vinculados a projetos, desenvolvimento de produtos, obras, laudos, controle de qualidade, manutenção, instalação, equipamentos complexos, infraestrutura, reformas, gerenciamentos de sistemas e equipes. AlĂ©m da responsabilidade tĂ©cnica, temos diversos procedimentos e atividades complexas a serem desempenhadas. Congresso Nacional Visitei a página do Congresso Nacional a fim de analisar melhor o projeto da MP 1.040 e analisar os polĂ­ticos contra e a favor do piso dos Engenheiros. Segue PolĂ­ticos contrários ao piso salarial dos Engenheiros VocĂŞ engenheiro(a), pense 2 vezes antes de votar nos candidatos do Partido NOVO nas prĂłximas eleições. PolĂ­ticos a favor do piso salarial dos Engenheiros Podem haver outros polĂ­ticos que apoiam o piso mas nĂŁo estĂŁo relacionados neste artigo.

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Resumo da semana 28

Atualização no Marco Regulatório da Radiologia No dia 27 de maio de 2021 foram publicadas 8 Instruções Normativas de 90 a 97, que complementam a RDC Nº 330/2019, com as instruções específicas para as tecnologias radiológicas. Essas instruções revogaram as instruções anteriores que estavam vigentes. Para acessar as INs vigentes acesse a página do Marco Regulatório da Radiologia

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Perguntas e respostas da semana 27

Tenho recebido perguntas de colegas aqui no site sobre assuntos publicados nos artigos. Resolvi reunir aqui as perguntas e respostas. Perguntas Boa tarde Bruno, quem está legalmente habilitado para executar os testes no ultrassom? Adeilton Resposta: Conforme a lei 13.691/2018 que dispõe sobre o exercĂ­cio profissional dos FĂ­sicos, em seu artigo 2Âş SĂŁo atribuições do fĂ­sico, sem prejuĂ­zo de outras profissões regulamentadas que se qualifiquem para tanto: II – aplicar princĂ­pios, conceitos e mĂ©todos da FĂ­sica em atividades especĂ­ficas envolvendo radiação ionizante e nĂŁo ionizante, estudos ambientais, análise de sistemas ecolĂłgicos e estudos na área financeira; Conforme acima, Ă© recomendável que o profissional que teste os conceitos fĂ­sicos nos ultrassons seja um fĂ­sico especialista em fĂ­sica mĂ©dica ou fĂ­sica de radiodiagnĂłstico.Continuando a dĂşvida, Ă© possĂ­vel perguntar oficialmente para a vigilância sanitária local. “Gostaria de saber com a nova resolução, em quanto, em quanto tempo se deve fazer o levantamento radiomĂ©trico e teste de constância e desempenho do mamĂłgrafo.” Angela Resposta: Para o mamĂłgrafo deve-se fazer pelo menos 3 testes: Levantamento radiomĂ©trico e teste de fuga a cada 4 anos, ou se houver mudanças no tubo, mudanças na quantidade de exames, entre outros motivos conforme a RDC 330/20192. Controle de qualidade: a cada 12 meses ou se houver algum motivo conforme a RDC 330/2019. Controle de qualidade de imagem: 1 vez por mĂŞs no mĂ­nimo, conforme RDC 330/2019. “A quem compete notificar reações adversas a doação e a transfusĂŁo?Obrigada” Rejfernandes… Resposta: Nas RDCs nĂŁo há definição de quem deve notificar reações adversas, o recomendado Ă© que se Ă© um problema envolvendo medicamentos, que o farmacĂŞutico notifique. Se for um problema de equipamento, que a área de engenharia clĂ­nica, se Ă© um problema envolvendo dispositivos instalados pela assistĂŞncia, se seja a assistĂŞncia que notifique. Sempre quem tiver mais qualificação para notificar.

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RDC N° 509/2021 Gerenciamento de Tecnologias em SaĂşde – Comentada

A resolução RDC nÂş 509 de 27 de maio de 2021 foi publicada em caráter de urgĂŞncia. Esta resolução revoga a RDC NÂş 02/2010 que tratava do mesmo tema: Gerenciamento de Tecnologias em SaĂşde em Estabelecimentos de SaĂşde, conforme repositĂłrio de legislações da ANVISA. As diferenças entre os textos das resoluções 02/2010 e 509/2021 estĂŁo relacionadas principalmente Ă s referĂŞncias de legislações, que suponho causavam dĂşvidas aos estabelecimentos de saĂşde e aos fiscais de vigilância sanitária. Veja tabela abaixo: Item RDC NÂş 2/2010 RDC NÂş 509/2021 Geral utiliza o termo regulamento para falar da RDChá alguns erros de crase no texto utiliza o termo Resolução para falar da RDCerros de crase corrigidos Art. 2Âş § 3Âş fala genericamente sobre resolução atendimento de especĂ­fica para farmácias explicita a RDC NÂş 44/2009 Art. 16 fala genericamente sobre atendimento de legislaçãopara arquivamento de documentos especifica a a Lei nÂş 8.159, de 8 dejaneiro de 1991 para tempo de arquivamento de documentos Art. 19 fala genericamente sobre normas e guias para notificação de eventos adversos e queixas tĂ©cnicas especifica 8 documentos para a notificação de eventos adversos e queixas tĂ©cnicas Seguem meus comentários sobre os itens da Resolução RDC NÂş 509 de 27 de maio de 2021 Dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em saĂşde em estabelecimentos de saĂşde. CapĂ­tulo I – Disposições Iniciais Art. 1Âş Esta Resolução possui o objetivo de estabelecer os critĂ©rios mĂ­nimos, aserem seguidos pelos estabelecimentos de saĂşde, para o gerenciamento detecnologias em saĂşde utilizadas na prestação de serviços de saĂşde, de modo a garantira sua rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade e segurança e, no que couber,desempenho, desde a entrada no estabelecimento de saĂşde atĂ© seu destino final,incluindo o planejamento dos recursos fĂ­sicos, materiais e humanos, bem como, dacapacitação dos profissionais envolvidos no processo destes. O artigo primeiro traz o objetivo e um resumo do conteĂşdo desta Resolução. Este artigo traz tambĂ©m dois termos que podem trazer alguma confusĂŁo, entĂŁo seguem uma explicação sobre a diferença entre Eficácia e Efetividade Diferença entre Eficácia e Efetividade:Efetividade: Probabilidade de que indivĂ­duos de uma população definida obtenham um benefĂ­cio da aplicação de uma tecnologia em saĂşde direcionada a um determinado problema em condições reais de uso (OTA, 1978). Eficácia: Probabilidade de que indivĂ­duos de uma população definida obtenham um benefĂ­cio da aplicação de uma tecnologia em saĂşde direcionada a um determinado problema em condições controladas de uso (OTA, 1978). A diferença Ă© que a eficácia Ă© a probabilidade resultante de condições controladas de uso de determinada tecnologia, enquanto que a efetividade Ă© o resultado aplicado em condições reais de uso, ou seja, um equipamento, ou medicamento, ou terapia pode ter grande eficácia quando testado em um ambiente controlado, porĂ©m em condições reais do dia-a-dia apresentar baixa efetividade. Art. 2Âş Este Regulamento se aplica Ă s seguintes tecnologias em saĂşde, utilizadas na prestação de serviços de saĂşde:I – produtos para saĂşde, incluindo equipamentos de saĂşde;II – produtos de higiene e cosmĂ©ticos;III – medicamentos; eIV – saneantes. Esta Resolução se aplica a quatro tipos de tecnologias em saĂşde, porĂ©m este artigo vai tratar apenas da aplicação aos equipamentos de saĂşde. §2Âş A aplicabilidade deste regulamento se restringe aos estabelecimentos de saĂşde em âmbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar e aqueles que prestam serviços de apoio ao diagnĂłstico e terapia, intra ou extra-hospitalar. Independente do tamanho do estabelecimento de saĂşde, o estabelecimento deve providenciar os meios para aplicar esta resolução na Ă­ntegra, do contrário poderá sofrer notificações e auto de infração sanitária. Art. 3Âş Para efeito deste regulamento tĂ©cnico sĂŁo adotadas as seguintes definições:…IV – equipamento de saĂşde: conjunto de aparelhos e máquinas, suas partes e acessĂłrios utilizados por um estabelecimento de saĂşde onde sĂŁo desenvolvidas ações de diagnose, terapia e monitoramento.SĂŁo considerados equipamentos de saĂşde os equipamentos de apoio, os de infra-estrutura, os gerais e os mĂ©dico-assistenciais;… No artigo 3Âş estĂŁo as definições, selecionei apenas uma delas para demonstrar. Há no total 21 definições de termos para a melhor compreensĂŁo da Resolução. CapĂ­tulo II – Gerenciamento de Tecnologias em SaĂşde Do artigo 4Âş ao 19Âş a Resolução aborda o que deve ser implementado para o Gerenciamento de Tecnologias em SaĂşde, no entanto nĂŁo especifica como deve ser implementado, cabendo a cada instituição elaborar seus documentos, evidĂŞncias, planos, procedimentos para garantir o atendimento a Resolução. É muito importante que o o responsável legal pelo estabelecimento de saĂşde seja bem assessorado por um profissional de nĂ­vel superior para desenvolver os procedimentos e planos exigidos por esta Resolução, uma vez que o volume de trabalho necessário para o atendimento integral da Resolução Ă© extenso e complexo. Art. 4Âş O estabelecimento de saĂşde deve definir e padronizar critĂ©rios para cada etapa do gerenciamento de tecnologias em saĂşde abrangidas por esta Resolução e utilizadas na prestação de serviços de saĂşde. O primeiro passo Ă© definir ou mapear as etapas do gerenciamento e criar procedimentos e rotinas tĂ©cnicas para execução das etapas. Art 5Âş Os estabelecimentos de saĂşde devem elaborar e implantar Plano de Gerenciamento para as tecnologias citadas no Art 2Âş. O plano pode ser Ăşnico e contemplar todos os serviços existentes, ou pode ser individualizado para cada tecnologia. O plano deve estar disponĂ­vel para consulta da autoridade sanitária competente. Art 6Âş A execução das atividades das etapas do gerenciamento pode ser terceirizada, porĂ©m nĂŁo isenta o estabelecimento de saĂşde da responsabilização perante autoridade sanitária. Art 7Âş Responsabilidade pela elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento.O estabelecimento de saĂşde deve designar profissional com nĂ­vel de escolaridade superior, e com registro ativo no conselho de classe para função de responsável pela elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de cada Tecnologia. Importante entender que o profissional escolhido para desenvolver o Plano de Gerenciamento deve possuir habilitação no conselho de classe para a atividade que está sendo desenvolvida, ou seja, um Engenheiro ClĂ­nico nĂŁo deve desenvolver um Plano de Gerenciamento para medicamentos, bem como um FarmacĂŞutico ou BiomĂ©dico nĂŁo deve desenvolver um Plano de Gerenciamento para equipamentos de saĂşde. O profissional deverá ainda monitorar a execução do Plano de Gerenciamento e promover a avaliação anual da sua efetividade. O estabelecimento deve: Art. 8Âş: registrar a execução

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mountain range and body of water

Crimes, mentiras e infrações sanitárias em falta de energia em hospital no Rio de Janeiro

No Ăşltimo sábado 24 de abril de 2021 o G1 noticiou falta de energia no Hospital Pedro II no Rio de Janeiro de cerca de trĂŞs horas. Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/04/24/hospital-pedro-ii-sofre-blecaute.ghtml A notĂ­cia Ă© terrĂ­vel, mas piora muito quando se assiste ao vĂ­deo da apuração da reportagem feita ao vivo. Por isso resolvi dar a minha opiniĂŁo sobre esse evento criminoso, com o objetivo de desnudar os fatos que foram maquiados pelos principais responsáveis pela segurança deste hospital, e expor a situação que aflige muitos hospitais pelo Brasil. Em primeiro lugar eu gostaria de saber onde está o Responsável TĂ©cnico pela manutenção elĂ©trica deste hospital? Se a ocorrĂŞncia Ă© de ordem elĂ©trica, esperamos que o Responsável TĂ©cnico pela parte elĂ©trica do hospital traga as informações, juntamente com o diretor do hospital. Ao invĂ©s disso, os que se propuseram a falar trouxeram informações mentirosas e desencontradas. O que o responsável tĂ©cnico pela manutenção elĂ©trica fez para garantir o abastecimento elĂ©trico para o hospital? O que o diretor do hospital (representante legal) fez para garantia as condições elĂ©tricas previstas para o hospital? Há documentos que comprovem ações preventivas adequadas? Há treinamentos para que a equipe de manutenção esteja preparada para estes momentos de falha grave? Qual a atenção dada para a manutenção elĂ©trica deste hospital? Crimes Um hospital que fica trĂŞs ou quatro horas sem energia provavelmente cometeu pelo menos um desses crimes: lesĂŁo corporal, tentativa de homicĂ­dio, ou mesmo homicĂ­dio. É duro dizer isso, mas precisamos ser realistas. Este evento causou perigo a vida dos pacientes internados. Isso configura lesĂŁo corporal grave, podendo causar a morte de pacientes mais graves, principalmente daqueles que precisam de suporte Ă  vida com ventiladores ou drogas. No vĂ­deo há relato de uma senhora dizendo que seu parente estava em uma seção de hemodiálise quando a energia acabou. Haviam outros pacientes intubados. Há ainda a possibilidade de haver pacientes passando por cirurgias no momento da falha de energia. Todas essas situações sĂŁo gravĂ­ssimas e podem resultar em morte. Mentiras “Houve um pico de energia” A primeira grande mentira que foi dita Ă© que “houve um pico de energia”. Por mais que se queira apresentar um vocabulário mais simples para entendimento geral, o termo “pico de energia” passa uma ideia de algo pequeno, simples, quando na verdade foi uma falha grave de abastecimento de energia que deixou o hospital sem eletricidade por cerca de trĂŞs horas. PoderĂ­amos entĂŁo terceirizar o problema e colocar toda a culpa na Light, que na mesma hora informou que o abastecimento por parte dela estava normalizada, retornando o problema para as instalações elĂ©tricas do hospital. “Os equipamentos possuem baterias para funcionamento de 6 a 12 horas” Na verdade nĂŁo temos monitores multipâmetros ou ventiladores mecânicos que funcionem com essa autonomia de 6 a 12 horas, a grande maioria vai funcionar entre 15 e 60 minutos. Aqui já começamos a sentir o desespero da equipe mĂ©dico-assistencial. “O hospital possuĂ­ sistema de nobreak para funcionar atĂ© 24h” Essa Ă© outra grande mentira. Eu gostaria de saber qual hospital no Brasil tem um sistema de nobreak para fornecer energia para os equipamentos por atĂ© 24h? Ainda mais um hospital que nem iluminação de emergĂŞncia nĂŁo tem, como requer a norma 13543 da ABNT. “A falha foi entre a torre de energia, o gerador e o hospital” Essa Ă© mais uma afirmação para enfeitar o pavĂŁo. O sistema Ă© relativamente simples, como exemplificado abaixo, as instalações elĂ©tricas da concessionária (distribuição primária) e as instalações do do Grupo Gerador se encontram no conjunto de chaves, que pode variar conforme o projeto elĂ©trico do hospital. Comecei a pensar, se a energia foi restabelecida, por que será que nĂŁo informaram qual foi o problema que causou o apagĂŁo no hospital? Fonte da imagem: https://ensinandoeletrica.blogspot.com/2015/06/como-instalar-geradores.html Este tipo de problema de falta de abastecimento de energia no hospital pode ter como causa uma infinidade de fatores, os mais comuns sĂŁo: Falha no sistema de comutação automática de carga. Essa falha pode ser do sistema automático, mas tambĂ©m pode ser falha do operador ter deixado o sistema em modo manual, ao invĂ©s de automático. Falha na partida do grupo gerador. Quando há falhas na partida do grupo gerador a equipe de manutenção precisa analisar rapidamente o problema e iniciar o procedimento manual de partida e comutação da carga. Falha na cabine primária ou transformador. Algumas chaves podem falhar, danificar-se, fusĂ­veis podem abrir. Em uma análise de riscos das instalações elĂ©tricas, Ă© preciso mapear este risco de falha de abastecimento e manter a equipe muito bem treinada. Se houver equipe terceirizada para apoio em contingencias, ela deve ser acionada rapidamente. Infrações Sanitárias A falta de energia em locais crĂ­ticos por mais de 15 segundos configura infração Ă  RDC NÂş 50/2002 e Ă© infração sanitária. Há de se apurar ainda se houve omissĂŁo da garantia de conformidade com as instalações elĂ©tricas do hospital, como solicita a RDC NÂş 63/2011. Ainda vivemos um momento sombrio quando falamos de fiscalização em instalações elĂ©tricas em hospitais, pois nĂŁo há: Fiscalização adequada da vigilância sanitária para fazer valer o que está na RDC NÂş 50/2002 sobre instalações elĂ©tricas Fiscalização da atividade profissional por parte dos conselhos de classe de Engenharia e TĂ©cnicos Fiscalização do MinistĂ©rio do Trabalho para fazer valer as Normas Regulamentadoras NRs, principalmente neste caso a NR10. “Precisamos de mais investimentos para que isso nĂŁo volte a acontecer” Investimento Ă© importante, mas ter um responsável tĂ©cnico e uma equipe preparada, treinada, que conhece os riscos e que prepare bons planos de manutenção e de contingĂŞncia, isso sim Ă© o melhor investimento. Ter um responsável tĂ©cnico e uma equipe preparada, treinada, que conhece os riscos e que prepare bons planos de manutenção e de contingĂŞncia, isso sim Ă© o melhor investimento. Bruno Roma, Engenheiro Eletricista ReferĂŞncias: NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE NBR ABNT 5410 / 13534 – INSTALAÇÕES ELÉTRICA EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAĂšDE RDC NÂş 50/2002 – Dispõe sobre o Regulamento TĂ©cnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos fĂ­sicos de

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Estudo e Resumo da RDC ANVISA Nº 611 de 09/03/2022 – Parte 5

Continuação do estudo e resumo da RDC NÂş 611/2022. Atualizado em 22/06/2023. Abaixo vocĂŞ encontra os links para as outras partes deste estudo: CapĂ­tulo II – Requisitos Gerais Subseção IV – Medidas de vigilância e monitoramento em proteção radiolĂłgica Esta subseção traz dois pontos muito importantes no dia a dia do serviços de radiodiagnĂłstico que sĂŁo os assentamentos do levantamento radiomĂ©trico e as instruções sobre o monitoramento em proteção radiolĂłgica que conhecemos como dosĂ­metro. Esses dois itens estĂŁo ligados, uma vez que o levantamento radiomĂ©trico analisa condições do equipamento radiolĂłgico, da sala e do entorno, afim de garantir a segurança ocupacional. No Art. 63 Ă© possĂ­vel verificar os assentamentos do levantamento radiomĂ©trico que devem ser analisados por um fĂ­sico mĂ©dico especialista e suas conclusões. Um ponto importante Ă© que este documento deve ser assinado tambĂ©m pelo responsável legal do serviço, conforme alĂ­nea IX. Os itens listados neste artigo devem estar presentes no levantamento radiomĂ©trico feito pelo fĂ­sico. O Art. 64 trata que um novo laudo do levantamento radiomĂ©trico deve ser elaborado caso haja modificações: Os prĂłximos artigos tratam sobre o uso de dosĂ­metro por indivĂ­duos ocupacionalmente expostos. Para entender quais sĂŁo os indivĂ­duos ocupacionalmente expostos encontrei o seguinte documento da CNEN NN 3.01 que explica: Exposição ocupacional – exposição normal ou potencial de um indivĂ­duo em decorrĂŞncia de seu trabalho ou treinamento em práticas autorizadas ou intervenções, excluindo-se a radiação natural do local. Ou seja, todo indivĂ­duo que no seu trabalho está exposto Ă  radiações ionizantes Ă© considerado um indivĂ­duo ocupacionalmente exposto (IOE). O que pode trazer muitas dĂşvidas sobre a exposição ocupacional Ă© quando pensamos no Centro CirĂşrgico ou outro local intervencionista. AlĂ©m dos tĂ©cnicos e mĂ©dicos que estĂŁo ocupacionalmente expostos Ă  radiação ionizante, todos os demais trabalhadores que estĂŁo expostos Ă  radiação devem ser monitorados, isso pode incluir enfermeiros, anestesistas, e eventualmente atĂ© profissionais de engenharia clĂ­nica. É muito importante que o monitoramento dos resultados dos dosĂ­metros seja ativo, ou seja, o responsável legal deve providenciar um procedimento operacional para as atividades de monitoramento e acionamento de investigação sempre para os casos de dose que atingirem ou excederem os nĂ­veis de investigação estabelecidos pela ComissĂŁo Nacional de Energia Nuclear CNEN. Nos casos de doses mensais acima de 20 mSv a autoridade sanitária deverá ser comunicada atravĂ©s de relatĂłrio de investigação. Casos acima de 100 mSv, alĂ©m do exposto anterior, deverá ainda providenciar avaliação clĂ­nica e exames complementares.

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